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O ecossistema de inovação da Serra Gaúcha se reuniu nesta quarta-feira (18/10), em Flores da Cunha, para discutir ações de inovação e conectar os diferentes atores da quádrupla hélice. O evento, realizado no Casarão dos Veronese, faz parte do Rotas da Inovação, movimento liderado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), que está percorrendo as oito regiões do estado até novembro deste ano. 

“O Rotas da Inovação foi pensado de forma que estivéssemos presentes nas regiões. Queremos sentir a energia dos ambientes e fazer uma escuta, para cada região avaliar o que está sendo feito e crescer a partir disso”, explicou a titular da Sict, Simone Stülp, na abertura do evento. Para ela, este é o caminho para que o Rio Grande do Sul se consolide como um estado que tem a inovação no centro da estratégia de desenvolvimento. 

Em sua saudação inicial, o prefeito de Flores da Cunha, César Ulian, agradeceu a parceria da Sict e parabenizou Simone: “Quando a gente vê uma secretária de Estado que vem aos municípios ver a realidade e somar junto com a gente, percebemos uma forma inovadora de se administrar.” Ulian ressaltou, também, a importância de o setor público estar alinhado com a temática da inovação e destacou os números positivos que a inserção da inovação na política do município vem proporcionando, principalmente no que tange ao empreendedorismo local. 

Ao salientar o poder transformador da Serra Gaúcha, que é o quarto ecossistema visitado pelo projeto, Simone lembrou que cada região do RS possui, além de características próprias, semelhanças entre si, porque representam um único estado. “Eu enxergo cada vez mais todos nós caminhando em uma mesma direção e isso tem a ver com uma decisão que fizemos como estado, de olhar a inovação como um norte”, compartilhou a secretária, destacando a importância da articulação entre os atores da sociedade. “São vocês que vão fazer a inovação acontecer no nosso estado”, afirmou. 

Por parte da Sict, esse compromisso com a interiorização e articulação da quádrupla hélice (setor público e privado, academia e sociedade civil organizada) está refletido no Planejamento Estratégico estabelecido pela pasta para o período 2023-2026. Este plano está firmado em três eixos, que norteiam as ações de Estado para inovação, ciência e tecnologia. De acordo com Simone, cada um dos eixos foi construído de forma a responder a uma demanda da quádrupla hélice. São os eixos: Incluir, que combina inovação e educação e trabalha com a inovação social; Transformar, que trata da aproximação das universidades com as empresas já estabelecidas e com os novos empreendimentos inovadores, com foco em setores estratégicos para o RS (agro, saúde e semicondutores), e visa à transição energética; e Conectar, eixo que foca na construção de ecossistemas de inovação e tem olhar especial sobre as cidades. 

Dentre as ações apresentadas pela secretária aos presentes, constam também os editais abertos para o setor – Edital Techfuturo Semicondutores e Edital Startup Lab – e os programas da Sict, como o Educar para Inovar, que mostra a educação como uma prioridade na gestão atual, e o Produtos Premium, que busca agregar qualidade e valor às cadeias tradicionais gaúchas, com destaque ao azeite de oliva. Antes de passar a palavra aos parceiros, Simone destacou que o RS está há três anos consecutivos entre os estados mais inovadores do país. “Nós somos um estado muito potente em geração de conhecimento”, comemorou. 

Inovação, empreendedorismo e desenvolvimento econômico em foco 

Iniciando a rodada de apresentação dos parceiros, a vice-presidente da Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp), Daniela Eckert, mostrou as diferentes formas pelas quais a rede pode ajudar no desenvolvimento de empresas e startups. Como a Reginp é uma das apoiadoras do South Summit Brazil 2024, Daniela convidou os presentes a participarem do evento em março de 2024 e da competição de startups, que está aceitando inscrições. 

O momento seguinte foi dedicado ao Conselho de Inovação e Tecnologia da Fiergs (Citec/Fiergs), representado pela conselheira Salissa Paes, que também é diretora-executiva no Instituto Hélice. Segundo ela, o conselho tem como principal objetivo defender os interesses na área de inovação e tecnologia das empresas. Salissa deu destaque a um dos pilares da iniciativa, o Observatório da Indústria, que é uma junção de dados sociais e econômicos do setor industrial gaúcho. 

Representando o Instituto Sesi de Formação de Professores, o analista de educação Luiz Eduardo Garcia apresentou as iniciativas do instituto, do qual o Inova RS é parceiro. Como destacado pelo analista, as principais funções do órgão são o levantamento de dados educacionais (Observatório da Educação), a gestão e formação educacional de professores e a promoção do acesso a diferentes tecnologias. 

A Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) contou com a participação do coordenador da divisão de Smart Cities, Rafael Bechelin. Ele apresentou uma provocação sobre os conceitos de inovação, cidades inteligentes e tecnologias disruptivas, lembrando que o Rotas da Inovação representa o poder da visão de futuro para um ecossistema. 

O Badesul, agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do RS (Sedec), que também é parceiro do Rotas da Inovação, foi representado pelo assistente especial Rafael Martins, que explicou as linhas de apoio à inovação oferecidas pela instituição.

O Banrisul, por sua vez, teve a participação do gerente-executivo de Desenvolvimento Tiago Fernandes, que ressaltou o Banritech, divisão que agrupa todas as iniciativas de inovação do banco. Em sua apresentação, Fernandes lembrou que o Banrisul é um dos principais patrocinadores do South Summit. Além disso, adiantou informações sobre o 4º Edital Inovação Banrisul – Mulheres Transformadoras, que será lançado na Mercopar, nesta sexta-feira (20/10), com a presença da Sict. 

Finalizando a rodada de participação de parceiros, foi realizada a apresentação da Sedec pelo diretor-adjunto da pasta, Dário Giovanella. “As duas secretarias – Sict e Sedec – são muito irmãs nas coisas que acontecem no dia a dia”, comentou, ressaltando o papel de transversalidade e de articulação atribuído à Sedec. “Nós temos uma agenda com foco em reformas e na criação de um ambiente favorável para o empreendedor”, informou o diretor. 

Marco Avaliativo Inova RS 

As atividades do Rotas da Inovação na Serra Gaúcha foram encerradas com um momento dedicado à avaliação do primeiro ciclo do programa Inova RS pela perspectiva do ecossistema regional. Como lembrado pela secretária Simone Stülp, o programa teve início em um movimento semelhante a este evento, com o Marco Zero, quando atores da quádrupla hélice regional se reuniram para formar uma governança e, a partir disso, definir uma visão de futuro coletiva para a região. Simone destacou a mudança de nome do ecossistema, antes chamado de “Serra e Hortênsias”, o que serve como inspiração para um momento como esse, mostrando o que faz sentindo para o que se quer construir como ecossistema.  

Responsável por conduzir a dinâmica, o diretor de Ambientes de Inovação da Sict, Everaldo Daronco, também recordou o Marco Zero do programa, realizado durante uma Mercopar. “Muitos de vocês assinaram o banner da região naquela data e estão aqui presentes hoje também”, comemorou, solicitando aos que não assinaram naquela vez, que o fizessem agora, como participantes da história do programa na região Serra Gaúcha. 

Fez parte da dinâmica, ainda, o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação do município de Flores da Cunha, Tiago Centenaro Mignoni, que também é o coordenador do comitê estratégico do Inova RS regional. “Fizemos muito pela inovação na Serra Gaúcha com esse programa que vem transformando o Rio Grande do Sul”, contou sobre o impacto do Inova RS. 

Na sequência, os gestores de Inovação e Tecnologia da região, Sílvia Nunes, Milene Rostirolla e Gustavo Pazini, apresentaram a trajetória do ecossistema de inovação da Serra Gaúcha, assim como as suas diretrizes para o futuro. Dentre as ações ressaltadas, estão a estratégia de sustentabilidade a ser adotada, o mapeamento das competências da rede de apoio Inova RS Serra Gaúcha realizado e o status dos projetos prioritários do ecossistema. 

Para encerrar a programação, Daronco conduziu um momento de comentários e críticas construtivas pelos presentes, fomentando uma autoavaliação e autorreflexão sobre o avanço do ecossistema. Ele apresentou os números gerais do programa, destacando os desafios do ciclo atual do Inova RS, que conta com o chamado Manifesto dos Atores, documento com as ações a serem priorizadas até 2026, elaborado de forma conjunta. 

O próximo destino do Rotas da Inovação é Pelotas, na região Sul do estado. 

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Informações: ADRIANA FIGUEIREDO ASCOM/SICT