O cemitério antigo da Capela São Martinho, no Travessão Martins, passa ser denominado Campo Santo dos Imigrantes
O prefeito Lídio Scortegagna assinou na noite deste sábado, dia 11, o decreto do primeiro patrimônio histórico cultural tombado pelo município de Flores da Cunha. Assim o cemitério antigo da Capela São Martinho, no Travessão Martins, passa ser denominado Campo Santo dos Imigrantes.
O ato ocorreu durante a “Note de Ciàcole”, que é promovida pela Associação dos Amigos do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi,e este ano foi realizada na comunidade de São Martinho. O termo também foi assinado pela presidente do Conselho Municipal da Cultura, Lorete Calza Paludo, e pelo representante da comunidade, Antoninho Caldarti.
Histórico do Campo Santo dos Imigrantes
O “Campo Santo” está localizado ao lado da antiga estrada que ligava às famílias Gazzi e Panizzon, hoje substituída pela Estrada Municipal Ricardo Panizzon. O local possui uma cerca de “taipa” feita artesanalmente de pedras, além de covas subterrâneas, com sete palmos de fundura, pois até esta altura a terra era considerada benta, também é formado por diversas cruzes com desenhos em arabesco artesanalmente forjadas, características que o diferenciam dos demais cemitérios do município.
Além destas características, o Campo Santo dos Imigrantes da Capela São Martinho, possui outra curiosidade: o Limbo, construído fora dos limites bentos do cemitério, porém anexa ao mesmo, onde eram enterrados os não batizados, os desconhecidos e as crianças que morriam antes de ser batizadas.
Já as cruzes menores localizadas no fundo do cemitério, foram colocadas posteriormente, por volta do ano 2015, pelo senhor Plínio Mioranza, para marcar o local aonde foram sepultados os soldados da Revolução de 1923. Estes revolucionários provavelmente vinham da região dos Campos de Cima da Serra. Segundo depoimentos dos antigos moradores, estes soldados foram enterrados na Capela São Martinho, pois a Comunidade Alfredo Chaves não aceitou enterrá-los por estes serem contrários ao partido político apoiado pela comunidade.
Em 2016, os irmãos Liamar, Francisco Roberto, Paulo Renato, Ricardo e Jose Virgilio Venturini, filhos de Claudino Venturini e Oliva Caldart Venturini e descendentes de Domenico Caldart, adquiriram as terras aonde se localiza o cemitério, com o objetivo de preservar este patrimônio histórico, assim como a história da própria família. Agora o local foi desapropriado pelo município, que tornou o mesmo o primeiro patrimônio histórico e cultural.
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