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História

O território que compõe o atual município de Flores da Cunha passou a ser ocupado por imigrantes, oriundos especialmente do Norte da Itália, a partir de 1876. Antes destes, em tempos remotos, toda a área que compreende o antigo ‘Núcleo Colonial Italiano no Rio Grande do Sul’ foi ocupada pelo povo kaingang, popularmente conhecido entre os imigrantes alemães e italianos por ‘bugre’. A maior leva de colonizadores italianos estabeleceu-se, todavia, entre os anos de 1878 e 1892, época em que foi fundado o primitivo povoado de São Pedro e, posteriormente, também o de São José. Só no final dos anos de 1880 os dois povoados foram reunificados e passaram a formar a Vila de Nova Trento.

Em 1890, por ocasião da elevação da antiga Colônia Caxias a condição de município, território ao qual Nova Trento pertencia, a vila tornou-se a sede do 2º Distrito. Todavia, documentos afirmam que pouco tempo depois, ainda nos primeiros anos do século XX, uma comissão formada por lideranças comunitárias locais, descontentes com a pouca atenção recebida do município mãe, lutava insistentemente pela emancipação do distrito. A conquista só foi alcançada em 17 de maio de 1924. O novo município, instalado na semana seguinte, em 24 de maio, agregou os territórios pertencentes a Nova Pádua, até então 4º Distrito de Caxias e emancipado de Flores da Cunha em 1992, Otávio Rocha e Mato Perso, atuais 3º e 4º Distritos de Flores da Cunha.

Pouco mais de nove anos depois, em 21 de dezembro de 1935, através do Decreto Municipal número 12, assinado pelo então Prefeito Heitor Curra, com autorização do Conselho Municipal, foi alterada a denominação de Nova Trento para Flores da Cunha. Uma homenagem ao então governador do estado, General José Antônio Flores da Cunha que, entre outras iniciativas, beneficiou o município com a instalação do telégrafo, do Laboratório Bromatológico e com estudos para a construção de um ramal férreo interligando Nova Trento a estação de Caxias do Sul.

Flores da Cunha, por bastante tempo foi conhecida também por ‘Terra do Galo’. Tal alcunha advém de um episódio ocorrido por volta do ano de 1934, quando um mágico teria passado pela cidade e prometido, durante o espetáculo, que cortaria a cabeça de um galo, e que com uma mágica, o faria cantar novamente. Porém, na hora da apresentação, o mágico, tendo entre os presentes algumas autoridades, viu-se em apuros e fugiu deixando os presentes por algum tempo a esperá-lo de volta ao palco. O mágico nunca mais foi visto. Isso foi motivo de deboches, advindos muitas vezes de moradores dos municípios vizinhos. Somente na década de 1960 foram tomadas iniciativas que possibilitaram revisitar o passado e recontar a história da vergonha como uma história de graça e de alegria.

Dentre as características que marcam o município de Flores da Cunha, destacam-se os saberes e fazeres mantidos pelos descendentes dos colonizadores e contribuições trazidas por todos que aqui se estabeleceram ao longo do tempo. O ‘talian’- língua cooficial desde 2015 -, a fartura gastronômica, inúmeras vinícolas, indústrias moveleiras e confecções; as pequenas e prósperas propriedades rurais embasadas no cultivo de videiras, horticultura e fruticultura diversificadas, empreendimentos enoturísticos e agroturísticos, festas, feiras e a intensa religiosidade, usos e costumes alicerçados em fé e trabalho, próprios daqueles que contribuíram com a construção da riqueza da região Nordeste do Rio Grande do Sul.

Fonte:  Gissely Lovatto Vailatti